O NEPHISPO tem como objetivo compreender as relações entre racionalidades, sentimentos e sensibilidades na história. Elegendo esta problemática como eixo abre-se para temáticas e temporalidades variadas, relevantes para o entendimento da modernidade e dos modos de subjetivação. Parte da constatação inicial da impossibilidade de se compreender a história e as relações de poder/submissão sem se levar em conta a presença e a gestão dos sentimentos e das paixões sociais, assim como a intervenção de motivações a um só tempo conscientes e inconscientes nas ações humanas. A consideração da história como campo de exercício privilegiado da razão e da construção de racionalidades revela-se insuficiente, merecendo novas pesquisas atentas às estratégias que se estruturam imbricadas em afetos e sensibilidades. Compreender as relações de poder considerando-se a articulação entre as representações voluntárias e conscientes e aquelas mais ou menos difusas (e que devem precisamente a este caráter difuso sua duração e eficácia), os sentimentos e os processos mentais socialmente compartilhados, a sedução de pensamentos e ideologias solidamente estruturados, o papel da linguagem e da narrativa, bem como as diferentes maneiras de constituição da subjetividade. Interessa-nos igualmente a discussão das relações entre política e estética, compreendida esta última no sentido de que experimentamos a vida e as relações com os outros, a alteridade e as subjetividades sempre sob uma forma específica. Formas que carregam historicidade e pretensão à duração, muitas vezes dando a impressão de atemporalidade. As formas históricas não são da ordem do estritamente racional e muito menos restritas ao campo artístico: um sentimento coletivo, um pensamento político ou um movimento social exprimem-se através de formas tanto quanto um conceito ou um fato. Elas constituem processos que formam, informam, deformam, reformam, conformam e transformam incessantemente aquilo que representam.
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